Como neuropediatra frequentemente me deparo com situações nas quais os pais se queixam de dificuldade de comportamento por parte de seus filhos. Nessas ocasiões costumo fazer duas perguntas aos pais.
A primeira pergunta costuma ter resposta imediata: “você ama seu filho? ”.
A segunda pergunta costuma causar um certo espanto e gerar algum grau de dúvida, apesar de ser tão simples quanto a primeira: “seu filho se sente amado por você? ”. Observe que existe uma grande diferença entre ser amado e se sentir amado.
Grande parte das dificuldades de comportamento na infância podem ser amenizadas quando a criança se sente amada. E a verdade é que não adianta declarar “I love you” para quem ainda não entende inglês. Muitos pais amam sinceramente seus filhos, mas algumas vezes esses filhos não se sentem amados pelos pais. Isso pode ocorrer por pais e filhos possuírem linguagens do amor diferentes e “não estarem falando a mesma língua”.
Em seu livro “As 5 Linguagens do amor da criança” ou autor Gary Chapman aborda esse tema com maestria. Algumas crianças se sentem amadas quando os pais declaram esse amor em palavras, recitando um legítimo: “eu te amo”. Outras crianças se sentem amadas através do toque e adoram receber beijos, abraços e carinho. Já outras se sentem amados quando percebem que os pais ofertam tempo, especialmente um tempo de atenção exclusiva. Algumas crianças se sentem amadas quando recebem ajuda e apoio em atividades desafiadoras, tais como suporte nas tarefas. Outras se sentem amadas através da representação material desse amor, como um chocolate ou brinquedo.
É importante que os pais identifiquem qual a linguagem do amor principal de seus filhos para que estes se sintam amados e não corram o risco de estarem falando linguagens diferentes. Qual será a principal linguagem do amor do seu pequeno?
Dr. Joniel Soares Silva
Pai e médico neuropediatra (CRM: 4675 RQE 2619)
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