O medo de elevador é um Fobia Específica típica e muito comum.
Fobias Específicas caracterizam-se pela resposta de medo ou ansiedade desproporcional, acerca de uma situação ou objeto. Não há consenso acerca das origens das fobias, mesmo porque elas podem variar de pessoa para pessoa.
No caso específico de fobia de elevador, a dificuldade pode desenvolver-se após um evento envolvendo pane em elevador.
Alguém que já passou por uma situação dessa, pode desenvolver essa Fobia Específica e evitar elevador, usá-lo com muito desconforto ou usá-lo somente na companhia de outra pessoa. Aqui o medo está associado à possibilidade de uma pane voltar a ocorrer.
Outra possibilidade é que a pessoa tenha vivido um ataque de pânico dentro do elevador e a partir daí faça uma associação entre o elevador e a crise experimentada, por exemplo. Daí em diante, o uso do elevador desencadeia medo ou ansiedade, por associação com o evento anterior.
Subir 20 lances de escada só porque você acha que pode ficar preso no elevador não é divertido, e quanto mais cedo você se livrar desse medo, melhor para você.
Pode ocorrer ainda um medo adquirido por aprendizagem vicariante, ou seja, uma aprendizagem por imitação. Nesse processo um organismo aprende a reagir a um dado estímulo do mesmo modo que viu reagir um outro organismo que serviu de modelo.
Uma criança que, desde pequena, vê seu pai evitando elevadores, preferindo subir longos lances de escadas, pode desenvolver essa Fobia Específica por aprendizagem vicariante.
O que caracteriza uma Fobia Específica?
O DSM-V – Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais, estabelece os critérios diagnósticos da Fobia Específica:
– Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação;
– O objeto ou situação fóbica provocam uma resposta imediata de medo ou ansiedade;
– O objeto ou situação é evitado ou suportado com intenso sofrimento;
– O medo é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação;
– O medo e a esquiva são persistentes, com duração de pelo menos seis meses;
– O medo e a esquiva causam sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento do sujeito;
– A perturbação não é melhor explicada pelo Transtorno de Pânico, Transtorno Obsessivo Compulsivo, Transtorno do Estresse Pós Traumático, Ansiedade de Separação, etc.
Diferentemente de quem tem Transtorno de Pânico, os claustrofóbicos e agorafóbicos não tem medo da morte, mas de não serem socorridos nestes locais.
O que alimenta o medo de elevador?
O medo é um legado evolutivo que leva um organismo a evitar ameaças e garantir a sua sobrevivência, mas para que seja saudável deve estar presente em situações em que a maioria das pessoas o manifestariam.
Quando o medo é excessivo ou desproporcional ao perigo, podemos estar diante de um transtorno mental.
É comum que sintamos medo de situações novas. O exótico nos assusta e o familiar nos tranquiliza, logo, manter distanciamento e comportamento de evitação alimenta o medo, por impedir a familiaridade com o objeto ou situação temida.
No caso do medo de elevador, optar por escadas é um importante mantenedor do medo, afinal, o elevador continuará a ser algo não familiar. A evitação também mantém os pensamentos ansiosos e impede a dessensibilização ou habituação com a situação temida.
A dessensibilização sistemática é uma técnica que propõe enfrentar uma situação estressante de forma consciente e gradual. A exposição seguida familiariza o organismo com a situação, que diminui, sistematicamente, as respostas de medo e ansiedade, até cessar completamente.
Como enfrentar o medo de elevador?
O melhor e mais eficaz mecanismo de enfrentamento do medo é a exposição controlada ao estímulo ansiogênico. A exposição deve ser realizada de forma gradual e assistida, e o terapeuta devem sempre respeitar as possibilidades e os limites do sujeito.
À exposição devem ser ainda associadas técnicas de reestruturação cognitiva, que consistem na identificação dos pensamentos ansiosos, verificação de seu grau de realidade (com a técnica de exame de evidências e outras) e construção de pensamentos mais realistas em relação à situação ou objeto.
A TCC – Terapia Cognitivo-Comportamental é o tratamento padrão-ouro para as Fobias Específicas,dentre elas o medo de elevador. Conduzida por um profissional experiente e com a utilização dastécnicas adequadas, em poucas semanas o paciente já experimenta uma redução significativa do medoou a total remissão dos sintomas.
Pesquisas apontam que a principal dificuldade em procurar ajuda na área da saúde mental é o preconceito. O preconceito atrasa em até 15 anos um diagnóstico e um tratamento. No caso das Fobias Específicas, são 15 anos com uma dificuldade que poderia ser resolvida em umas poucas semanas.
As fobias mais comuns são medo de elevador, de avião, de dirigir, de escuro e de altura. Esteja atento à forma como você interpreta as situações. O quanto deste perigo que você teme é real ou fruto de uma percepção distorcida da realidade?
Mário Ponte
Psicólogo – Clínica TCC
Av. Universitária, 750 – Sala 718 / Torre Office – DIAMOND CENTER – (86)9.9929.5702
E-mail: marioponte@psimarioponte.net / @mariopontepsi / www.psimarioponte.net
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